segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A OBRA SUBSTITUTIVA DO REI



Os sacrifícios do Antigo Testamento eram substitutivos por natureza; eram procedimentos litúrgicos realizados no altar, através da oferta de um animal perfeito; para o israelita, que não podia fazê-lo por si mesmo. O altar representava o pecador; a vítima era o substituto do israelita para ser aceita em seu favor. Assim, Jesus Cristo assumiu a dívida do gênero humano como o Cordeiro de Deus enviado com este fim. O Rei Jesus nos substituiu em sua obra redentora. Sua morte expiatória era a nossa sentença por nossa realidade pecaminosa (Romanos 6:23a). Todos os rituais de sacrifício do Antigo Testamento eram sombras (Hebreus 8:5, 10:1) que apontavam tipológica e profeticamente para o sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus 9:12). Este é o romance profético que narra a história do Rei que deixou a glória de seu palácio para se encontrar com a jovem plebéia. Ele abdica de seus nobres protocolos reais e vem à sua amada como um jovem viril e cheio de paixão. “Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.” (Cantares 2:8). Isto pareceria a mera prosa de um poema se não crêssemos no cumprimento literal de Zacarias 14:4. O fato é que o Rei Jesus abdicou da glória celeste, e se fez como plebeu (João 1:1, 14) para vir aqui e noivar com a Igreja, antes, porém, morreu no lugar de sua noiva e com seu sangue “pagou o dote” para casar-se com ela; e deu a ela o penhor do seu próprio Espírito (II Coríntios 1:22, 5:5; Efésios 1:13-14). Assim como na tradição antiga, Ele não buscará a Noiva para o casamento, Ele virá até ela: “...Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” (Mateus 25:6b). Ele substituiu a sua Igreja no Calvário para adquiri-la como esposa.      

i-                   O REI ASSUMINDO A MISÉRIA HUMANA
Nada na Terra poderia ser comparado à abundância de que desfrutava o primeiro Adão, especialmente no Jardim chamado Éden. Era a plenitude da riqueza na essência e na literatura da palavra. Deus supriu o homem com toda a abundância da Terra para sua provisão sobeja (Gênesis 1:29-30). Adão tinha acesso a toda abundância e às regiões ricas em preciosos minérios (Gênesis 2:11), com a única responsabilidade de ser o administrador de tudo (Gênesis 2:15) E toda esta glória da Terra Original representava a perfeita vontade de Deus para o homem criado à sua imagem e semelhança. Note que a Queda (Gênesis 3:6-7) além de ter comprometido esta benção da Terra (Gênesis 3:17-18), ainda legou Adão à realidade do trabalho excruciante e penoso (Gênesis 3:19a). A Obra Redentora e Substitutiva do Último Adão (I Coríntios 15:45), Jesus Cristo, diz respeito ao estado do homem em relação à Terra e a sua provisão, “porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.” (II Coríntios 8:9). Aos que compreendem e crêem nas implicações da Redenção Substitutiva, o suprimento das necessidades não será básico, será em glória (Filipenses 4:19). Pela abundância de sua graça redentora, podemos viver “...tendo sempre, em tudo, toda suficiência...” (II Coríntios 9:8). Devemos estar preparados, como Igreja, para ser provados em qualquer âmbito de nossa existência terrena (Filepenses 4:12-13), porém, devemos compreender o âmago da vontade de Deus a este respeito: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).  

ii-                O REI ASSUMINDO A MALDIÇÃO HUMANA
A Benção de Deus era a realidade absoluta do primeiro Adão. Ele andava sob esta benção, vivia nesta benção, desfrutava desta benção. Esta benção estava condicionada a um único critério: a obediência (Gênesis 2:16-17). Após a desobediência deliberada do homem, lhe sobreveio a  terrível maldição do Pecado, pois “...cada um tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte.” (Tiago 1:14-15). Assim, o Pecado é uma maldição que gera maldição. Mas se esta Maldição estava irreversivelmente sobre o gênero humano por causa da transgressão de Adão (Romanos 5:12), ou seja, por ser uma maldição pela transgressão, era a maldição da Lei, e a única forma de revogar esta maldição era outro Adão assumi-la para quebrá-la definitivamente. O Último Adão assim o fez: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.” (Gálatas 3:13). Jesus Cristo foi o substituto legal da maldição que estava sobre nós. Estando em Cristo não há mais maldição, portanto, toda maldição enviada contra os redimidos e substituídos, é como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no seu vôo, não virá (Provérbios 26:2). A maldição veio pelo primeiro Adão que caiu, mas a benção veio pelo Último Adão que nos substituiu e venceu. “...porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15). 

iii-              O REI ASSUMINDO A ENFERMIDADE HUMANA
A penetração da maldição do Pecado no homem gerou conseqüências devastadoras em sua composição física. As células de Adão que até a Queda eram imortais e incorruptíveis, iniciaram seu processo degenerativo em direção à morte. Doenças, pragas, pestes, epidemias, todos estes males que combatem contra a saúde humana, são conseqüências diretas do Pecado Original. A expectativa de vida biológica do homem tornou-se cada vez menor ao longo dos séculos (Gênesis 5:1-32; 6:3). Assim como os efeitos nefastos do Pecado tem sido gradualmente destruidores no corpo humano, os gloriosos efeitos da Redenção são gradualmente restauradores durante os séculos. No corpo do Último Adão, Jesus, teve início a restauração do corpo do homem, pois Cristo foi também o substituto legal da condenação das enfermidades, levando sobre si todas as nossas doenças para que pelas suas feridas fossemos curados (Isaías 53:4-5). O apóstolo Pedro confirmou isto ao declarar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Saúde é o plano e o desejo de Deus para todos os redimidos (III João 2). Antes da Segunda Vinda de Cristo estaremos vivendo o ápice dessa Restauração (Atos 3:19-21), em que não somente a expectativa de tempo de vida aumentará, mas até mesmo a mortalidade infantil será erradicada: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.” (Isaías 65:20). Ele nos substituiu para que vivamos muitos anos (Salmo 91:16). Evidentemente, até o glorioso Dia da Ressurreição (por ocasião da Segunda Vinda de Cristo), precisaremos dos dons de cura (I Coríntios 12:9), e ela está à disposição de todos os redimidos (Tiago 5:14-15), pois esta é a natureza de Deus revelada em Cristo, nosso Substituto:  “...eu sou o Senhor, que te sara.” (Êxodo 15:26).  

iv-              O REI ASSUMINDO O PECADO HUMANO
A centralidade da obra substitutiva está no fato do Pecado. O Pecado é a fonte de toda calamidade, desgraça, e mal da humanidade, assim, o Pecado do gênero humano contraído pelo primeiro Adão, precisava, no prisma da justiça de Deus, ser assumido pelos transgressores (nós), através de um ato expiatório definitivo. O Último Adão, e Rei, Jesus Cristo, nosso Salvador, assumiu esta impagável dívida da raça humana. A espécie de Homem mais perfeita que já existiu, foi o sacrifício perfeito (João 1:29) que Deus aceitou e se agradou (Isaías 53:10a), portanto, Nele, somos feitos não somente justos e justificados, mas a própria justiça de Deus. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21). Todo ser humano na face da Terra deve compreender a natureza singular de Cristo e a abrangência de sua obra redentora na cruz, pois “...ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.” (Isaías 53:5). Na verdade, Deus, o Criador, colocou na Terra somente dois Homens, um criado (Gênesis 1:27), e outro gerado (Hebreus 1:5), e os mesmos por sua vez, deram origem duas gerações de homens segundo a sua espécie. Esta é parte essencial do Evangelho do Reino: “porque, como, pela desobediência de um só homem [o 1º rei, Adão], muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um [o Último Rei, Jesus], muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). O Último Adão e Rei, Jesus Cristo, “...é a propiciação [substituição] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I João 2:2). Para entrarmos nos direitos dessa substituição e receber o a justiça divina em nós, basta trocarmos de lei (Romanos 8:1-2), e vivermos no Espírito, pois Deus, “...enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:3-4).

Conclusão
Sim, esta é a grande e verídica história do Grande Rei, que condenou à morte (com justiça) por rebelião seus filhos que estavam em outra colônia do reino, mas, para poupá-los da execução dessa condenação, enviou seu amado Filho, o herdeiro de seu trono, para esta colônia, para viver entre seus irmãos, viver suas emoções, sofrer suas tentações, sentir suas dores, e, por fim, ser morto por seus irmãos, para que, através de sua morte ele pagasse a dívida dos mesmos. Após isto, cabe agora a esses irmãos se arrepender, e crer nesse poder redentor do Rei que foi morto, porém, ressurgiu de entre os mortos, e reconhecê-lo como Senhor de suas vidas para reinar juntamente com Ele (Romanos 5:17). Deus Todo Poderoso, enviou seu Filho Jesus Cristo (nosso “irmão mais velho”), feito homem, para interagir em nossa realidade, morrer por nossos pecados, e nos trazer de volta à família real. O que cada homem tem a fazer é crer com o coração, confessar com os lábios, e viver à altura desta fé (Romanos 10:8-11; Gálatas 2:20). O Rei foi nosso SUBSTITUTO em toda nossa condenação. Glória a Deus! 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A REDENÇÃO COMPLETA DO REI


 
Introdução

A mensagem do Evangelho do Reino é uma mensagem essencialmente redentora em seu conteúdo, pois diz respeito a uma primeira espécie real que fracassou trazendo a morte e o caos para toda a criação e criaturas, e sobre o Rei que, fazendo-se servo, trouxe restauração desse estado caótico através de sua obra expiatória, estabelecendo assim, o Reino que o Criador anelava desde o princípio. O fato é que ao longo dos séculos o caráter pleno e definitivo desta poderosa obra redentora tem sido diluído pela teologia, tornando assim a Igreja uma “peregrina intrusa” na Terra, que é encorajada por essa teologia a não empreender esforços de conquista aqui, pois anseia por um ideal relativo de céu. Esse escapismo que tem sido a escatologia predominante a pouco mais de um século, que fala de uma forma de “arrebatamento invisível” que tirará a Igreja de sua labuta terrena, produziu uma mentalidade derrotista na Igreja que deveria ser militante, restringindo a obra da Redenção meramente ao âmbito da alma humana. A Redenção efetuada por Jesus Cristo, como já dissemos anteriormente, foi completa, tanto com relação à criação inanimada, como à criatura, “todas as coisas”. (Colossenses 1:20). E especialmente a criatura, tem sido redimida em sua totalidade, apenas aguardando uma coroação definitiva, que dentre outros aspectos nos garante um corpo glorificado (I Coríntios 15:52-58).

i-                    A REDENÇÃO DA IMAGEM DIVINA NO HOMEM

A diferença de uma imagem de TV normal, HD, Full HD ou ruim e cheia de chuviscos, é a sintonia com o satélite. Se movermos o receptor exatamente em direção à face do satélite, teremos uma imagem perfeita, e qualquer desvio dessa posição poderá comprometer a qualidade da imagem. A obra redentora de Cristo possibilitou ao homem, outra vez mover seu coração em direção à face do Deus Criador. O primeiro Adão começou a perceber as primeiras “interferências” na imagem divina em si quando colocou seu “receptor” debaixo de uma árvore proibida; até então ele não havia perdido a imagem de Deus (Gênesis 1:27), mas ao comer do fruto, logo ele percebeu que tudo ao seu redor começou a perder a beleza, a vida e cor, inclusive ele. Era necessário erguer num lugar elevado, uma “antena” de alta qualidade para restaurar ao homem uma imagem de alta qualidade; mas somente alguém perfeitamente qualificado poderia erguer essa antena sob a tempestade da ira de Deus. Quatro mil anos depois de péssima imagem, Jesus Cristo, no alto do Monte Calvário “fixou” a cruz diante do Pai, e através dela, para o corpo de Jesus convergiram todos os pecados do homem caído, e consequentemente, toda ira de Deus recaiu sobre ele, para que a humanidade fosse restaurada pela fé à imagem divina. Desde a eternidade Jesus nos predestinou para ser à sua imagem (Romanos 8:29). O que é maravilhoso, é que em breve, a qualidade de imagem dos filhos de Deus será ainda superior. “E, assim como trouxemos a imagem do terreno [Adão pós-Queda], assim traremos também a imagem do celestial [Cristo glorificado].” (I Coríntios 15:49).

ii-                  A REDENÇÃO DA AUTORIDADE DIVINA NO HOMEM
Como já dissemos, o texto áureo da delegação da autoridade real divina ao homem é Gênesis 1:26 “...Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” O substantivo domínio, em sua tradução original (hebraico) é “RADAH”, que significa: REINO, SOBERANIA, GOVERNO. Assim, o propósito original do Criador era que o homem estabelecesse aqui na Terra um Reino soberano e a governasse sob a regência e as qualidades do céu. Como todas as demais graciosas dádivas da Criação Original, com a Queda, essa autoridade foi perdida. E assim como todas as demais dádivas perdidas, a Redenção restaurou também a Autoridade do homem (redimido). O homem redimido possui autoridade divina sobre (1) o Mundo (I João 4:5); (2) o Pecado (Romanos 6:14); e (3) o Diabo (Lucas 10:19). Não resta neste universo nenhuma forma ou fonte de autoridade que não tenha sido transferida ao Senhor Jesus Cristo, e foi com essa autoridade que ele nos comissionou e enviou. “...É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinais todas as nações...” (Mateus 28:18-19). A Igreja como Agência do Reino de Deus na Terra, neste tempo do fim, exercerá sua Autoridade Real sobre todo este sistema corrompido chamado “mundo” (do grego “cosmo”), vivenciará um tempo de santidade coletiva sem precedentes na história exercendo essa autoridade sobre a força do pecado, e como nunca antes, destruirá todas as fortalezas das trevas neste planeta. Esta autoridade, ou poder delegado, consiste na suprema realidade da habitação de Deus em nós, redimidos (Colossenses 1:27), pois Ele nos enviou seu próprio Espírito para nos garantir tal poder (Atos 1:8). 

iii-                A REDENÇÃO DA COMUNHÃO DIVINA NO HOMEM
A maior dádiva de Deus para o homem era sua inigualável comunhão. A palavra comunhão (gr. “koinonia”) significa: intimidade, cumplicidade, amor etc. O tipo de relacionamento entre Deus e o homem não estava baseado em alguma mediação humana ou ritual, era uma amizade reverente entre Pai e filho. O primeiro rei, Adão, abdicou desta maravilhosa dádiva dando ouvidos à Serpente. Adão e toda a espécie humana perderam esta comunhão paterna com o Criador e Pai. Mas o último Adão, o Rei Jesus redimiu este relacionamento, tornando outra vez possível este relacionamento íntimo e glorioso. A Obra Redentora de Cristo Jesus reconciliou o homem com Deus, “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (II Coríntios 5:19). Na verdade, toda a criação foi reconciliada a Deus por meio daquele poderoso e precioso (I Pedro 1:18-19) sangue vertido na cruz. “porque foi do agrado do pai que toda a plenitude nele [o Rei Jesus] habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele [do Rei Jesus] reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.” (Colossense 1:19-20). A reconciliação foi completa através das Redenção do Rei.

iv-                A REDENÇÃO DA GLÓRIA DIVINA NO HOMEM
O tipo de comunhão supracitada estava além do mero testemunho interior do Espírito Santo no espírito do primeiro rei (Adão), na verdade, Adão era constantemente envolvido por uma experiência de êxtase indescritível, seus olhos nunca viram alguma manifestação antropomórfica (forma humana) de Deus (I Timóteo 6:16). Perdida esta comunhão o ponto de contato para ao menos vislumbrar a glória de Deus era a invocação de seu nome iniciada por Enos (Gênesis 4:26), pois desde então, todo homem oriundo da “primeira espécie”, foi completamente destituído da glória de Deus (Romanos 3:23). Moisés desfrutou de uma discreta e diluída fração desta glória no Monte Horebe (Êxodo 34:29-30), mas o fato é tudo era apenas lampejos do desejo de Deus de restaurar o homem à sua glória. Eis aqui a glória do último e glorioso Rei Jesus, o Cristo: Ele restaura o homem à glória de Deus justificando-o por sua graça e REDENÇÃO. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:23-24). Em Cristo, somos não mais expostos à glória de Deus externamente, mas esta glória divina é depositada em nós, brilha em nós, e cresce em nós à medida que absorvemos a imagem de Cristo (II Coríntios 3:13-18). O Rei Jesus Cristo em nós, esperança da glória definitiva (Colossenses 1:27), assim, reinamos em vida por Ele (Romanos 5:17).

Conclusão

A plenitude desta poderosa Redenção é o fato do Evangelho do Reino. Deus, em Cristo consumou todas as coisas, redimindo tudo e resgatando para si mesmo. Desde a obra redentora do Calvário, os efeitos da mesma, vem fazendo convergir para Deus, através da Igreja, todo o universo. O Rei Jesus Cristo é a Pedra, que já foi lançada sobre a Terra, e já deu início ao Reino que que consumirá todos os reinos da terra e não terá mais fim (Daniel 2:44). Não se engane, esta profecia de Daniel se cumpriu no primeiro advento do Rei Jesus. Daniel teve a visão do Cristo vencedor entrando na presença do Pai após ter consumado a obra da cruz, recebendo o Reino e o o poder para sempre. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar a ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.” (Daniel 7:13-14). A Redenção do Rei foi plena, completa e definitiva, e culminará em breve diante de toda a Terra, diante de nossos olhos. O Rei Jesus já está irreversivelmente coroado. Aleluia!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O REI COMO ESPÉCIE REDENTORA



A declaração de André ao seu irmão Simão Pedro ("Achamos o Messias") foi no mínimo bombástica considerando o contexto histórico, religioso e político daquela época. O messianismo é mais do que uma questão de religiosidade judaica, é um ideal humano, um conceito que está encubado no inconsciente coletivo. Sim, o gênero humano tem em sua própria natureza o sentimento de uma necessidade inerente e latente de Redenção. Simplificando este conceito, o ser humano sente que em algum momento de sua existência como espécie, tudo estava bem e perfeito, mas que algo aconteceu que desestruturou e desestabilizou essa harmonia vital, e a gora, suas almas clamam inconscientemente por essa redenção que, na verdade, só pode ser efetuada por um Redentor.
Este ideal messiânico está arraigado nas culturas sociais, exemplo disso é o messianismo norte-americano revelado na criação de personagens mitológicos que trazem salvação para o povo americano exaltando sua identidade nacionalista: Rambo, Rock Balboa, Superman, Capitão América, além da filmografia moderna que apresenta novos "messias": Neo, o salvador de Matrix e Avatar. Na candidatura do presidente Barack Obama a nação, em especial a grande comunidade afro-americana, depositou nele essa esperança messiânica: o negro eleito presidente quarenta anos depois da morte de outro negro: Martin Luther King Jr, o mártir dos direitos civis dos negros em uma América segregada. No Brasil o ideal messiânico aspira um líder que saia "do meio do povão" e governe para o povo resolvendo todos os problemas do Brasil. Mal sabe a humanidade que sua espécie já foi redimida, e a espécie redentora foi singular, única; e sua obra redentora foi definitiva. O Rei dos reis (Deus Filho) assumiu a forma humana para satisfazer a perfeita justiça divina.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A CRIAÇÃO AO CAOS

A indagação que não cala no coração da humanidade, é o porquê de tanta destruição, dor, enfermidade, morte, sofrimento, guerras, poluição... Ignorantemente o homem tende a atribuir a Deus toda esta condição caótica, mas é na rebelião do homem contra Deus que se encontra a resposta, pois o homem entregou “o documento” de propriedade ao príncipe usurpador, o Diabo, sujeitando a criação ao caos. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou.” (Romanos 8:20). O primeiro rei, Adão, colocou toda a terra, a criação original, à mercê de Satanás, que desde então tem legalidade para fazer sua obra, matar, roubar e destruir (João 10:10a). O plano original do Reino de Deus na Terra não incluía o Pecado e suas consequências: morte, doenças, injustiça, depressão e condenação. Deus criou o homem para reinasse continuamente sobre a Terra. E a Terra por sua vez, não sofreria alterações em seu meio ambiente e equilíbrio do ecossistema, e na natureza dos animais. A partir do Pecado Original, o solo recebeu a maldição (Gênesis 3:17), assim como o céu atmosférico, os mares, os seres vivos, a natureza humana, tudo foi contaminado e iniciou sua deterioração total. Eis a origem de todos os males globais que sociólogos, ecologistas, filósofos, psicólogos, antropólogos e outros ramos da ciência não puderam encontrar. O problema deve ser sanado na fonte.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A TERRA AO PRÍNCIPE USURPADOR

Utilizando o corpo da serpente, o anjo caído, Satanás seduziu e enganou a primeira mulher, Eva, com sua sagacidade e astúcia (Gênesis 3:1-7; II Coríntios 11:3), assim, como já dissemos, ele assumiu o governo de toda a Criação, a Terra e os homens. Porém, o Diabo sabia desde o início, que seu império satânico seria desfeito pela manifestação da semente da mulher. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15). Enquanto a poderosa Semente de Deus não se manifestava, Satanás reinava absoluto, oprimindo, escravizando, matando, e estendendo seu projeto nefasto de morte, roubo e destruição por toda a Terra. Ele é o príncipe das potestades do ar e tem autoridade sobre todos os que são desobedientes ao Evangelho (Efésios 2:2; 5:6). Antes da obra do Calvário ele tinha livre curso sobre a Terra que lhe pertencia (João 14:30). Tendo ostentado a posição de pseudo-divindade sobre a Terra, o Diabo tem, juntamente com seus suas hostes demoníacas, empreendido esforços para impedir qualquer tipo de esclarecimento ou iluminação espiritual por parte do gênero humano, luz esta que somente pode vir através do Evangelho da glória de Cristo, que é o Evangelho do Reino. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:3-4). Até a Redenção a Criação estava sob a autoridade usurpada de Satanás, o príncipe regente da humanidade até então.

O SEGUNDO REI INICIOU A RESTAURAÇÃO TOTAL

Por causa da decadência do primeiro rei, a Criação ficou completamente sujeita às obras de um novo príncipe, o Diabo. E suas obras tinham livre curso, por causa da realidade do Pecado no homem; até a chegada do segundo e último Rei, Jesus Cristo, pois, “Quem comete o pecado [vive no pecado] é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (I João 3:8). O Pecado e suas consequências foram removidos pela Obra restauradora do Rei Jesus, pois Ele é “...o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29; Apocalipse 5:12). “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). Toda a Criação ficou sob maldição por sua separação do Criador, mas em Cristo todas as coisas são reconciliadas com Deus. “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.” (Colossenses 1:20). Todas as coisas inclui o ser humano em sua composição plena: espírito, alma e corpo; inclui também o ecossistema, o solo, os animais, o céu atmosférico, em fim, todas as coisas foram reconciliadas, restauradas. Assim, basta que nos apoderemos das bençãos da Redenção, que já nos foram doadas (Efésios 1:3). Jesus começou a restauração total, e nós, como Igreja “que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:23), concluiremos esta restauração antes da gloriosa vinda do Rei dos reis (Atos 3:19-21).

O SEGUNDO REI DERROTOU E DESPOJOU O PRÍNCIPE USURPADOR

O último Rei, Jesus Cristo veio para desfazer as obras do príncipe das trevas (I João 3:8). Quando veio a voz de Deus a Jesus dizendo: “Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.” (João 12:28), então, o Rei declarou previamente a derrocada do falso príncipe dizendo: “...Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós. Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo.” (João 12:30-31). A obra expiatória do calvário foi a derrota definitiva do Diabo. Na verdade, o Diabo lutou durante os anos de vida terrena de Jesus, para que Ele não fosse à cruz, pois o Diabo ouviu João Batista proclamar Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), assim, ele sabia que a morte vicária de Jesus Cristo anularia a realidade do Pecado no gênero humano. Satanás e suas hostes foram derrotados na cruz. O Diabo tinha a cédula que era contra nós, mas Jesus Cristo a riscou, a tirou do meio de nós e a cravou na cruz; Jesus despojou os falsos príncipes, os expôs para toda a Criação e deles triunfou de uma vez por todas. “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Colossenses 2:14-15). O único poder que Satanás ainda consegue exercer sobre o homem, é através do engano. Ele foi destronado, ele foi envergonhado, ele foi destituído de sua autoridade. Agora, em Cristo, toda a autoridade é transferida para aquela que está assentada em lugar de autoridade e governo, a Igreja. “e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar em lugares celestiais, em Cristo Jesus.” (Efésios 2:6).

Conclusão

A Redenção é a mensagem central do Evangelho do Reino. O primeiro rei, Adão entregou a autoridade sobre a Criação para o príncipe usurpador, Satanás. O último Adão, o Rei Jesus Cristo, efetuou a obra redentora na cruz do Calvário, consumando a restauração de toda a Criação. Assim, feitos à imagem do Rei Jesus, e tendo recebido Sua autoridade, temos posição real no plano redentor desde então. Em Cristo, fomos reinseridos na real, a família de Deus.

sábado, 7 de julho de 2012

AS DUAS ESPÉCIES DE REIS

 
É importante considerar que no que tange ao gênero humano, Deus gerou apenas dois homens em todas as gerações, ou, duas espécies, cada um deles chamados “Adão”. Na verdade, tanto um quanto o outro receberam uma incumbência real, ou seja, a responsabilidade de governo ou principado. Cada uma dessas espécies deu origem a gerações de homens à sua imagem. O primeiro Adão foi feito alma vivente (Gênesis 2:7), e embora ele possuísse atribuições intelectuais, morais, físicas e espirituais absolutamente puras, ele era incapaz de esta perfeição da criação original à sua descendência, o que ficou provado por sua Queda; Adão, como alma vivente apenas vivia, mas não podia transmitir vida. Já o último Adão, Jesus Cristo, foi enviado no mesmo nível de perfeição, porém dotado do poder de vivificar o estado de Morte contraído por Adão. “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante.” (I Coríntios 15:45) Note, esta era a composição do ser em Adão: Uma alma corruptível dentro de um corpo incorruptível. Já a composição do Ser em Cristo era: Um Espírito incorruptível dentro de um corpo corruptível. Porém, somente Jesus Cristo ressuscitou, assim, Ele continuou sendo Espírito incorruptível, e agora, com um corpo incorruptível; e Jesus foi o primeiro a passar por essa gloriosa metamorfose, e assim, ele transmitiu a toda espécie segundo a sua imagem que desfrutem desta glória na eternidade futura. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15:22-23). Hoje, em Cristo, nosso ser consiste em: um espírito incorruptível, que possui uma alma eterna, e habita dentro de um corpo temporariamente corruptível.
   
UM REI QUE DESEJOU SE IGUALAR AO REI DOS REIS

Deus impôs ao seu primeiro rei representante, Adão, um limite de obediência através da árvore chamada “do conhecimento do bem e do mal” sob pena de morte; O Inimigo de Deus e dos homens seduziu o primeiro casal a crer no contrário: “...Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5). A sedução não foi de conhecer bem e mal, e sim, de ser igual a Deus. O que os reis Adão e Eva não entenderam, é que eles já eram iguais a Deus (Gênesis 1:26-27). Adão possuía a natureza de Deus no que tange à imagem e a semelhança, espiritual e moralmente, porém, fora privado de conhecer a Lei Moral, ou seja, o conhecimento e a opção entre certo e errado, bem e mal. E desde o início, o plano do Diabo é relativizar o conceito de bem e mal, mas na concepção divina estes conceitos são sempre absolutos (Isaías 5:20). O rei Adão perdeu a sua glória, pois desejou uma glória sublime e única, a de Deus, como estrelas ostentando a glória do Sol (I Coríntios 15:41).

UM REI QUE PROCLAMOU SUA INDEPENDÊNCIA

Como já dissemos o primeiro rei enviado por Deus, desejou sua independência e deu início a “República do Governo Humano”. O gênero humano passou a viver e andar sob a égide de seus próprios sentidos corrompidos pela ação degenerativa do Pecado. Adão transmitiu ao Diabo a procuração de autoridade, principado e pseudo-divindade sobre a Terra e a raça humana (II Coríntios 4:4; Efésios 2:2; João 14:30; 16:11). O homem não foi criado para ser independente de Deus e de sua Graça. Há um vazio intrínseco na natureza humana afastada de seu Criador, e o homem, por sua vez busca inconscientemente preencher este vazio com auto satisfação de seus desejos e sentidos, mas “...tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (I João 2:16-17). Não existe de fato independência humana, pois, os falsos mestres que prometem essa falsa liberdade, “...falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” (II Pedro 2:18-19). Jesus, o Rei dos reis, declarou a suprema verdade: “...sem mim nada podereis fazer.” (João 15:5b). O velho Adão que habita o homem não regenerado sente-se independente e por isso perece; o novo homem, habitado por Cristo, é dependente Dele, e por isso, reina em vida (Romanos 5:17).

UM REI IGUAL AO REI DOS REIS

O primeiro rei foi dotado da imagem e semelhança de Deus, mas não essencialmente de sua natureza divina, pois como já estudamos, ele era apenas alma vivente. Diferentemente de Adão, o Último Rei, Jesus Cristo, foi uma corporificação do Criador, ou seja, Deus feito homem. Jesus nunca foi criado, Ele é o Filho de Deus que nos foi dado como dádiva redentora (Isaías 9:6); Jesus foi gerado superior aos anjos e na concepção e natureza divina (Hebreus 1:5), e introduzido no mundo como digno de adoração até mesmo dos anjos (Hebreus 1:6). E a Escritura ratifica a divindade e a realeza de Jesus Cristo em Hebreus 1:8: “Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.”. Ao ser indagado por Filipe sobre a imagem visível de Deus Pai, o Rei Jesus declara: “...Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai...” (João 14:6). Jesus é a Palavra, o Verbo eterno e divino que coexiste com o Pai (Deus Todo Poderoso) e que encarnou. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Tudo o que diz respeito a Deus, seus atributos, seu caráter, sua obra está em Cristo. A plenitude de Deus está revelada em Jesus Cristo. “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Colossenses 2:9). Jesus Cristo, o Rei semelhante ao Rei dos reis.

UM REI QUE REESTABELECEU O GOVERNO DO CÉU

Jesus jamais intentou trazer uma nova religião a Terra. Ele jamais planejou estabelecer o que concordantemente, conhecemos e denominamos cristianismo. O conceito de cristianismo hoje consiste em mais um ideal religioso que compete com outras religiões antigas como hinduísmo, budismo, e islamismo. Os fundadores dessas religiões eram considerados seus “profetas”, assim, empreenderam seus esforços na disseminação de meras doutrinas. Jesus, embora dotado de credenciais proféticas, era mais que um profeta. Sua missão era mais “política” do que religiosa, pois não se lê em parte alguma das Escrituras que veio trazendo em seus ombros um grande pergaminho de novos dogmas religiosos, nem tão pouco, uma nova divindade. A Bíblia diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros...” (Isaías 9:6a). Jesus inicia o seu ministério proclamando: “...Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.” (Mateus 4:17), e narrativa dos mesmo Evangelho declara o tríplice ministério de Jesus: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mateus 4:23). Seu poder sobre o império das trevas revelou a manifestação prévia do reino de Deus entre os homens (Mateus 12:28). O Reino de Deus foi trazido por ocasião da primeira vinda de Cristo, de forma espiritual, mas culminará com sua manifestação literal e visível nos últimos dias, antes do governo definitivo do Senhor sobre a Terra (Atos 3:19-21). Até o momento da estada humana de Jesus entre nós, este Reino veio invisivelmente (Lucas 17:20-21). Indagado por Pilatos acerca de sua realeza, Jesus disse: “...o meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas, agora, meu Reino não é daqui.” (João 18:36). Note o termo sublinhado e em negrito, “agora”. Com esta terminologia referente a tempo, Jesus está dizendo: “por enquanto meu Reino não é daqui”. Jesus em breve estabelecerá seu governo literal com sede em Jerusalém, e reinará sobre toda a Terra (Miquéias 4:1-4). O governo do céu renegado no Éden foi restaurado no Gólgota. Aleluia!

Conclusão

Nós, nascidos de novo e regenerados pela Obra do Espírito, somos parte da nova “linha de produção da segunda espécie”. Somos a geração do Último Adão. Somos reis com a natureza do Rei dos reis (II Pedro 1:3-4). Neste tempo derradeiro da Igreja, há uma manifestação poderosa do Espírito de sabedoria e revelação, que nos fará vislumbrar a glória de nossa posição em Cristo Jesus (Efésios 1:17-23). O primeiro rei está morto em nós, mas o último Rei nos habita (Gálatas 2:19-20).


Obs.: Este e outros textos sobre o Reino de Deus de autoria do Pastor Enéas Ribeiro, são parte integrante da série de ensinos da EDR (Escola de Discipulado do Reino). A EDR é uma Escola Bíblica gratuita e de profundidade bíblica e teológica, que visa equipar os santos na visão da Reforma Apostólica do Reino de Deus, formando genuínos avivalistas e embaixadores do Reino. Participe. Todos os Domingos às 9:00hs na COGIC – Missão da Fé Apostólica, na Rua Dr. Galvão Guimarães, 126 – Jardim Santa Adélia, São Mateus, SP (em frente ao Terminal de Troleibus de São Mateus, ao lado do Hospital Maternidade MASTER CLIN).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O PROPÓSITO ORIGINAL DO REINO DE DEUS



Por séculos o supremo propósito de Deus tem sido subjugado pelos empreendimentos alternativos da Igreja. A Igreja, destituída da plenitude do ministério profético se privou de uma visão ampla da revelação redentora de Jesus Cristo. Este eterno e grandioso propósito divino é a vinda de seu Reino à Terra, em sua totalidade e glória visível. A institucionalização da Igreja a ostentou acima deste imensurável propósito, assim, a Igreja assumiu proporções maiores do que o próprio Reino de Deus na mentalidade e no ideal da cristandade. Mas agora, a revelação deste supremo propósito está sendo gloriosamente dada à sua Igreja em todas as partes do globo. Em todos os ambientes encontramos cristãos do Reino compartilhando esta revelação em todos os níveis da sociedade; ainda não ocorrem grandes cruzadas e conferências de pregação do Evangelho do Reino, mas há uma difusão discreta, porém, crescente desta mensagem, que nada mais é do que a renovação da mensagem dos primeiros discípulos, e do próprio JESUS. É literalmente o cumprimento das parábolas do Reino: “E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.”. Entendamos este eterno propósito divino.

A TERRA COMO EXTENSÃO DO CÉU
É na Criação original que Deus revela o supremo propósito de seu Reino. Este propósito sempre foi que a Terra criada fosse uma extensão do Céu, ou seja, Deus criou a Terra e colocou o homem aqui para trazer o governo do céu para a Terra. Este propósito não foi alterado, na Terra será estabelecido o Reino de Deus e sua vontade. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mt 6:10). O governo do céu já está sendo restaurado na terra em nossos dias, e o homem nascido de novo e recriado à imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo, está reassumindo sua autoridade e domínio perdidos no Éden. Este estado de restauração da obra e da criação divina culminará com a Vinda em glória do Rei dos reis, o Senhor Jesus (At 3:19-21). A Terra será totalmente restaurada a uma condição de paz, igualdade e fraternidade, sob o governo piedoso e o cetro de equidade do Senhor.

A TERRA COMO COLONIA REAL DO CÉU
Um príncipe não pode se tornar rei no território de seu pai (o rei) antes de sua morte. Por exemplo: O Príncipe Charles não poderá reinar sobre a Inglaterra enquanto a Rainha Elizabeth não morrer. A única forma política de um príncipe tornar-se rei é quando o rei lhe concede um território fora do reino para governar. Por exemplo: o Príncipe Dom Pedro não podia ser rei em Portugal, pois seu pai Rei Dom João estava vivo, então, Dom concedeu ao filho uma terra conquistada para reinar, o Brasil, assim, o Brasil era uma colônia de Portugal governada por príncipe regente que reinava sobre todo o território brasileiro. Muito embora Deus seja de fato o Rei de toda a Terra, Ele nos presenteou com ela, como expressa o Salmo 115:16 diz: “Os céus são céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Perceba: Deus nunca morrerá, e os homens jamais poderão reinar nos céus, então, Deus estabeleceu o gênero humano na Terra para serem senhores e reinar sobre ela (Gênesis 1:26-30; 2:7-9), por isso Deus é chamado O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16). Assim como o Reino de Deus se tornou realidade entre nós por ocasião da manifestação do Rei Jesus, nós, como Igreja, tivemos nosso governo restaurado desde então. Nós reinamos e reinaremos (Romanos 5:17; Apocalipse 5:10)

O HOMEM COMO PROMOTOR DA VONTADE DE DEUS
Não nos enganemos, porém, pois assim como Dom Pedro era representante dos interesses do reino de Portugal na Colônia brasileira, o homem deve ser representante dos interesses do Reino dos Céus na Terra. E foi aí que começou o problema: assim como Dom Pedro, às margens do Rio Ipiranga “proclamou a independência” de Portugal, Adão, às margens dos rios Pisom, Gion, Hidéquel e Eufrates proclamou a independência do Reino dos Céus com o grito silencioso diante do fruto proibido (Gênesis 3:1-7). O homem foi criado para ser a expressão personificada da vontade de Deus aqui na Terra, o supremo promotor dessa soberana vontade, assim, o afastamento do homem, de seu Criador, Deus, é uma rebelião de proporções cósmicas. A oração ensinada pelo Senhor roga: “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mateus 6:10). O processo pelo qual o homem caído deve passar para voltar a compreender a vontade de Deus, é a renovação da mente, e o prefixo ‘re’ desta palavra renovação fala de tornar à origem, começar do princípio. Que princípio? O estado edênico, ou seja, a condição do homem criado no Éden antes de sua pavorosa Queda. Mas este processo de renovação somente pode ter início na mente daqueles que não se amoldam aos padrões deste atual sistema mundial que é contra tudo o que diz respeito ao Reino de Deus. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).

O HOMEM COMO REI DA COLONIA REAL
Por muitos anos os teólogos ultra-ortodoxos refutaram com veemência e até certa intemperança os professores do movimento chamado Palavra da Fé, e é bem verdade que seus ensinos possuem alguns extremos (mas quem de nós não possui extremos teológicos), porém, aquilo que soou em alguns “ouvidos apologéticos” como triunfalismo e ganhou o nome de “teologia da prosperidade”, renovou a compreensão da cristandade em aspectos cruciais da vida. Acreditamos na realidade de uma teologia do contentamento, mas não podemos mais viver aprisionados a uma “teologia da miséria”. Precisamos sempre reconhecer nosso estado antes de sermos aceitos na família real de Deus, mas precisamos também, agora como filhos, reconhecer nosso estado restaurado e renovado. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” A palavra domine do grego ‘radah’, significa “reine”; “governe”; “seja soberano”. Este estado de governo do primeiro Adão antes da Queda foi restaurado pelo último Adão na Redenção (I Coríntios 15:45; Romanos 5:12-16), e é nele, em Jesus Cristo, que nossa condição de autoridade foi restaurada, agora, em vida reinaremos por Ele; mas estas verdades devem nascer em nosso espírito recriado, e não apenas em nossa mente. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17). Somos reis sim.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

CINCO PERFIS DE EVANGELISTAS



         Assim como existem diversas categorias de médicos para especialidades distintas, pneumologistas, oftalmologistas, ortopedistas... Certamente não podemos esperar que um dom ministerial dado por um Deus Criativo, seja restrito; existe uma diversidade no ministério do EVANGELISTA. Uma das coisas mais empolgantes no ministério dos evangelistas, é que cada um desses fervorosos pregadores do evangelho, possui uma característica singular, e é justamente essa singularidade ministerial que, bem administrada pela Igreja Local, renova a espiritualidade e a paixão do povo por Deus e por sua obra. Igrejas que adotam um perfil único de evangelista tendem a ficar estagnadas, pois se suprirão em um aspecto e ficarão carentes e outros.
         Gostaria de enumerar cinco ramos diferentes do ministério evangelístico que ao longo dos séculos têm trazido revitalização e entusiasmo à Igreja, são cinco “perfis” de pregadores do evangelho que precisam ser discernidos piedosa e sabiamente pelo pastor e pela igreja; são eles: (1) Evangelistas Avivalistas; (2) Evangelistas de Cura; (3) Evangelistas Pioneiros; (4) Evangelistas Proféticos; e (5) Evangelistas Pastores.

1-    EVANGELISTAS AVIVALISTAS
Convencionalmente, o termo avivalista na cultura eclesiástica moderna, parece ser aplicado exclusivamente a evangelistas mais eloquentes e que operam os dons espirituais, porém, é muito mais do que isso. Ao longo dos anos, o Espírito Santo tem ungido de forma especial pregadores do evangelho que carregam em si um peso de responsabilidade com um “senso geográfico”, ou seja, estes evangelistas são comissionados com uma graça diferenciada para atrair para Deus a população de uma comunidade, uma cidade, ou até uma nação inteira. O Evangelista Avivalista é uma classe de ministro muito versátil, pois nele operam os dons de cura, o espírito pioneiro, os dons proféticos, e também habilidades pastorais. Este tipo de evangelista, portanto, é dotado de um perfil apostólico.
Como fervoroso pregador do evangelho e entusiasta visionário apostólico, o Evangelista Avivalista forma discípulos nos moldes de Jesus, com visão não meramente denominacional, mas com a perspectiva do Reino de Deus.
Nestes dois milênios de dispensação da Igreja, o Espírito Santo nos legou o privilégio de contemplar, extasiados, o ministério estrondoso de grandes avivalistas, dentre eles, vale a pena ressaltar o jovem Evan Roberts do País de Gales. Roberts, incendiado por uma vida poderosa de oração e por uma visão divina de avivamento nacional, ateou fogo em seu país. Os relatos do avivamento galês são chocantes e quase inacreditáveis do ponto de vista sociológico (ver biografia na postagem do blog: http://pastoreneasvozprofetica.blogspot.com.br/2011/07/evan-roberts-o-avivalista-gales.html).
         O evangelista avivalista tem somente um anelo e uma motivação: o reavivamento da Igreja local e o avivamento da comunidade. Assim, ele empreende esforços tanto no despertar dos crentes para uma vida espiritual mais profunda, santificada e socialmente relevante, como na salvação e conversão dos perdidos em uma área geográfica determinada por Deus.

2-    EVANGELISTAS DE CURA
Este ramo de Evangelista despontou por ocasião do ministério do lendário ministro de cura Oral Roberts. Foi na década de cinquenta que estes poderosos pregadores se popularizaram, especialmente pela divulgação do famoso periódico A VOZ DA CURA nos Estados Unidos, e de grandiosas cruzadas em tendas, além disso, foram eles (em especial Oral Roberts) os pioneiros do tele-evangelismo. A ênfase da pregação e do ministério desses Evangelistas é o poder curador de Deus. Dentre as principais Doutrinas expostas por eles se destacam: a cura divina como dádiva inclusa na obra expiatória do calvário (Is 53:4-5; Mt 9:5-7); o papel fundamental da fé na ministração e recebimento da cura (Mc 10:52; At 14:9); a crença de que a cura divina é sempre a vontade de Deus (Mt 8:2-3); a cura divina mediante a simples recepção da Palavra (Sl 107:20; Lc 7:7); a crença de que é a vontade de Deus curar todas as pessoas (Mt 10:1; At 10:38). Estes Evangelistas de Cura são conhecidos por sua absoluta ira contra toda sorte de doenças e enfermidades, eles empreenderam uma fervorosa série de campanhas de avivamento, marcados pela ênfase na cura dos corpos enfermos. Evidentemente que o grande foco desse maravilhoso dom operado nestes ministros é atrair a atenção dos pecadores e convertê-los, o que se torna mais simples quando há sinais, especialmente curas (At 8:6-7; 28:8-10). Evangelistas de Cura se utilizam pelo menos quatro formas básicas para conduzir as pessoas à cura: (1) Em muitas reuniões eles ungem as pessoas doentes uma a uma lhes impondo as mãos (Mc 6:5, 13). (2) Em sua maioria, os Evangelistas de Cura “instigam” a fé das massas somente pela Pregação ou Palavra da Fé (Mt 8:16; Lc 4:36; Gl 3:5). (3) Outro meio pelo qual ondas de cura são liberadas sobre as massa, é a virtude do Espírito do Senhor Jesus que flui desses ministros ungidos (Nm 11:16-17; Lc 6:19; At 5:15-16). (4) Por fim, um meio muito comum de cura divina era através de se tocar, ou de pontos de contato com Evangelistas de Cura ungidos (Mt 14:36; Mc 3:10; 5:28; At 19:11-12).
Os Evangelistas de Cura foram também pioneiros na promoção da verdadeira vida abundante, com hábitos saudáveis de alimentação e atividade física; a máxima desses pregadores é: “Deus não é responsável por nossa saúde, Ele é responsável por nossa cura”.
Dentre estes poderosos Evangelistas devemos destacar, além, é claro, do proeminente Oral Roberts, a extravagante e dramática Kathryn Kullman, uma tremenda mulher de Deus que possuía um genuíno ministério do Espírito Santo, conduzindo milhares de pessoas à curas extraordinárias apenas convidando o Espírito Santo para fazê-lo; como não falar do controverso William Brahman que se tornou o “pai” e um inspirador de uma geração de ministros curadores, inclusive de T.L. Osborn. Podemos fazer menção também de John Lake, Smith Wigglesworth, John Alexander Dowie, Maria Woodworth-Etter, A.A. Allen, Benny Hinn e outros (ver o blog A VOZ DA CURA: http://avozdacura.blogspot.com.br/). No Brasil, nomes destacados foram: Celso Lopes, Luíz Schiliró, Manuel de Melo, Davi Miranda, e uma nova geração que hoje, está operando em um nível de poder curador jamais visto.

3-    EVANGELISTAS PIONEIROS
Começar do “zero”, lançar alicerces sólidos para estabelecer igrejas, consolidar frentes evangelísticas estáveis. Estes são alguns aspectos fundamentais do ministério de um Evangelista Pioneiro. O apóstolo Paulo, que aliás, é um dos mais completos evangelistas que já viveu, foi um grande pioneiro, ele pregava o evangelho em uma cidade, estabelecia uma igreja ali, discipulava por um curto espaço de tempo a liderança pastoral que assumiria em sua ausência, e depois partia para outra cidade e recomeçava o processo. Na verdade, a despeito de permanecer ou não em certo lugar para treinar obreiros, o Evangelista Pioneiro com suas poderosas e persuasivas campanhas de evangelização e avivamento, sempre deixam para trás um sem número de convertidos prontos para engressar no ceio de uma congregação (igreja) local. Uma das maiores denominações pentecostais foi fundada por um grande Evangelista Pioneiro, o Bispo Charles Harrison Mason, que incendiou o Sul dos Estados Unidos pregando o evangelho e curando os enfermos. Outro poderoso Pioneiro é o argentino Carlos Annacondia, que tem se constituído dentre os evangelistas, como o maior apoiador da igreja local no mundo; suas cruzadas de cura e libertação têm transtornado cidades, deixando milhares de almas convertidas aos cuidados dos pastores. E o que não dizer de Billy Graham, que também tem sido braço direito de pastores e líderes cristãos ao redor do mundo nas últimas décadas.
Precisamos de mais desses ministros com espírito de desbravamento e conquista de territórios. Estes são os Evangelistas Pioneiros.

4-    EVANGELISTAS PROFÉTICOS
Há uma categoria de Evangelista que parece estar “acima de qualquer suspeita”, são homens veementes, inconformistas, confrontadores, e expõem como poucos ministros o fato e a realidade do Pecado humano. São os Evangelistas Proféticos, homens que parecem consumidos por um zelo divino pela alma eterna dos homens e pelo estado espiritual da Igreja. Apesar de não ter feito parte da Era da Igreja, João Batista foi o precursor do Reino de Deus, e neste sentido ele foi um anunciador das boas novas da remissão dos pecados pelo arrependimento (Marcos 1:4-5), ou seja, o profeta João Batista foi um poderoso Evangelista Profético. Suas grandes campanhas no deserto atraíam multidões de pecadores que se arrependiam e eram por ele batizados no Rio Jordão. A pregação de João Batista era incisiva e tocava em pontos nevrálgicos da religiosidade formalista e das desigualdades e decadências sociais de sua época (Lucas 3:10-14).
Estes Evangelistas estão representados em nosso século em vozes proféticas como a do saudoso e lendário Leonard Ravenhill que também incendiou corações e promoveu grandes despertares na Inglaterra, e em muitos países do mundo, seu legado de Evangelista Profético foi herdado da influência de outro grande atalaia: A.W. Tozer. Hoje em dia, estas vozes conservam este legado através do Missionário norte-americano Paul Washer, que tem causado grande impacto com sua pregação cristocêntrica e repleta de penetrantes denúncias contra o atual estado da Igreja nos EUA e no mundo.
Tais pregadores não podem jamais se calar, pois eles conservam o equilíbrio e a proclamação do amor e do juízo de Deus. (ver blog: http://oprofetico.blogspot.com.br/)
Os Evangelistas Proféticos estão em plena atividade.

5-    EVANGELISTAS PASTORES
A chamada da grande comissão é abrangente, ou seja, não diz respeito apenas a pregar, mas também a discipular os novos convertidos, ensinando-os na doutrina dos apóstolos. Jesus disse: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho...” (Marcos 16:15) e “...ide, ensinai todas as nações...”. A pregação e o ensino são coisas absolutamente distintas, aliás, Jesus possuía o tríplice ministério do Evangelista: Ensinar, Pregar e Curar. “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” Perceba que ensinar possui um caráter mais interno, ou seja, restrito a algum ambiente religioso (sinagogas), já pregar tem um caráter mais externo (nas vilas ao ar livre). Ambos são importantes, mas são os pastores que possuem mais habilidades e talentos espirituais para o ministério “indoor”. Há, no entanto, uma classe de evangelista que tanto prega o evangelho em cruzadas e campanhas fora do âmbito congregacional (templo), como ensina dentro do mesmo. Eles possuem uma capacidade de serem pastores, porém fazendo a obra de evangelistas. O apóstolo Paulo exortou ao jovem pastor da Igreja em Éfeso, Timóteo: “...faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” (II Timóteo 4:5).
Nossa geração tem sido marcada pelo surgimento do fenômeno da “mega-igreja”, que parece positivo para uns e negativo para outros, porém, diga-se a verdade: os pastores dessas mega-igrejas se tornaram influentes e poderosos Evangelistas Pastores, que têm empreendido estratégias arrojadas e visionárias na difusão do Evangelho do Reino, penetrando em seguimentos da sociedade outrora alheios à realidade da Igreja, como o entretenimento, a comunicação e a mídia. Dentre estes grandes Evangelistas Pastores destacam-se o famoso pastor sul-coreano David Young Sho, idealizador da igreja em células e líder da maior igreja do mundo. E o nome mais eminente da atualidade o Pastor midiático TD Jakes.
Estes ministros polivalentes têm sido usados por Deus para trazer grande crescimento ao corpo de Cristo e expansão ao Reino de Deus.

         Evidentemente que existem “subclasses” de evangelistas no corpo de Cristo, a diversidade de temperamentos, personalidades e dons propicia isto. Os Evangelistas supracitados não obstante praticarem o evangelismo pessoal esporadicamente, são mais efetivos e eficazes na comunicação em massa, enquanto outros parecem ser mais frutíferos na evangelização de pessoa por pessoa. Sejamos, porém francos, não é sábio um ou outro tipo de proclamador do Evangelho se declarar maior ou mais nobre por praticar uma faceta de evangelismo em grupos de rua, nas casas, por cartas, telefone, individualmente ou em massa. O ide é para todos, mas o ministério público não!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

EVANGELISTA, O AMIGO DE PECADORES



         A natureza inclusiva do ministério de Jesus foi extremamente confrontadora para os judeus, com sua cultura religiosa de separação ascética. Era inadmissível para o judeu ortodoxo, em especial o fariseu, a mera comunicação visual com gentios ou pecadores; seu elevado padrão de auto-justiça e moralidade, fazia com que estes religiosos extremistas enojassem aqueles que professavam sua fé e seu estilo de vida. Surge, então, Jesus de Nazaré, com uma nova proposta de alcance das massas, Ele não queria fazer prosélitos do judaísmo, nem tão pouco impor novos dogmas ou leis às pessoas, Ele as convidava para entrar no Reino de Deus, com sua Lei do Espírito, sua contracultura, e suas promessas vindouras. Mas este não era o grande problema na perspectiva dos fariseus; o problema era o público alvo de Jesus: Todo o que crê. Indignado com o critério intolerante do “crivo” religioso dos judeus, Jesus desabafa:

E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros e dizem: Nós tocamos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. Porque veio João batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.
Lucas 7:31-34

         Este foi o apelido que Jesus recebeu, “Amigo de pecadores”, e este é a realidade, pois até então, os pecadores não tinham ninguém por si, senão a acusação, rejeição e exclusão social, mas agora, em Jesus, ele encontram uma nova mentalidade sobre o interesse de Deus por eles.

         Jesus é o Evangelista por excelência, Ele é, não somente o principal propagador da Boa Nova do Reino de Deus (o Evangelho), como é também, o autor desta Boa Nova; e Ele mesmo nos deixou um paradigma absoluto e imutável para o ministério evangelístico com sua mentalidade e visão inclusiva e contextualizadora.

         Inserido em uma cosmovisão judaica separatista, Davi externou um celebre Salmo que em sua época refletia a vontade de Deus para o povo de Israel: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmo 1:1).
         Não desejo em hipótese alguma ferir a ortodoxia bíblica veterotestamentária, mas considerando a nova proposta de Jesus de alcance dos desafortunados irreligiosos, não podemos como Igreja de Deus em Cristo Jesus, praticar a literatura desse texto, senão, apenas o primeiro conselho davídico para os nossos dias: “não andar segundo o conselho dos ímpios”. Perceba, porém, que Jesus em seu ministério terreno não foi guiado pelo conselho de homem algum, mas pelo Espírito Santo, embora, contrariando o salmo, ele constantemente se detinha no caminho dos pecadores, e sem constrangimento se assentava na roda dos escarnecedores; a grande diferença era que Ele não pecava nem escarnecia, mas influenciava. Este é o legado de um verdadeiro Evangelista e de um cristão com visão apostólica, ao contrário dos cristãos neófitos ou hipócritas, ele se dá com os não crentes.
         Este “dom” evangelístico de contextualização consiste em pelo menos cinco aspectos a serem desenvolvidos pelo aspirante a evangelista e pela Igreja Apostólica: (1) Um discernimento da mente dos não crentes; (2) Uma linguagem peculiar aos não crentes; e (3) Uma interação sem medo com os não crentes; (4) Uma familiarização num nível pessoal com os não crentes; (5) Uma habilidade de compreender e sanar crises enfrentadas pelos não crentes. Acerca desses cinco pontos falaremos numa próxima postagem.

         No contexto em que o apóstolo/evangelista Paulo orientava a Igreja de Corinto acerca do procedimento disciplinar apropriado para lhe dar com um caso de extrema imoralidade sexual dentro da igreja, ele chega em certo ponto e escreve:

Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.
I Coríntios 5:9-11

         Esta uma das marcas da consciência evangelística, a dissociação com os falsos irmãos, e a associação com os descrentes pecadores. O ponto aqui não é comunhão, mas sim influência. Jesus comparou o Reino de Deus com o fermento (Mateus 13:33), e uma das características do fermento é que não é a massa que influencia e altera o fermento, mas o fermento influencia e altera a massa, e na concepção apostólica tanto de Jesus Cristo, quanto de Paulo, o fermento ruim não é o incrédulo pecador, mas sim o pseudo-religioso e o crente profano (Mateus 16:6, 12; I Coríntios 5:6-7).

         A mentalidade evangelística legalista de muitas igrejas de nosso século não se parecem em nada com o método apostólico de evangelização. Não acredito que Jesus ficou incomodado ou perturbado com o fato de um de seus mais influentes apóstolos ter caminhado três anos e meio com Ele sem renunciar a espada que estava em sua cintura, Jesus se fazia de desentendido com a situação, pois sabia que a ação do Espírito Santo no advento de Pentecostes o transformaria. Não adiantaria tirar a espada da cinta e não tirá-la do coração; não adianta vivermos regidos por códigos religiosos de leis: “pode isso, e não pode aquilo”, isso não é transformação, é mera religião (Colossenses 2:20-23). Não ganhamos almas para Cristo, para sobrecarregá-las com nossas ordenanças dogmáticas denominacionais; não podemos tentar usurpar o papel regenerador do Espírito.
         Parece-nos que Paulo possuía uma abordagem contemporânea do evangelho, repleto da doutrina de Cristo oculta em linguagem greco-romana (vigente na época), porém, desvinculada dos elementos ritualistas da fé judaica. E nós, como uma geração apostólica, precisamos desenvolver uma “nova” linguagem missiológica; em outras palavras, precisamos renunciar nosso “evangeliquês igrejeiro”, encontrando o equilíbrio de uma fala sã e irrepreensível, e ao mesmo tempo moderna e culturalmente contextualizada. Da mesma forma, Paulo também se utilizava de uma metodologia transcultural arrojada, que perturbou o senso de sagrado e profano dos religiosos de seu tempo, e certamente teria causado a mesma perturbação em igrejas retrógradas em nossos dias. Em poucas de suas palavras podemos compreender a visão evangelística e missionária de Paulo:
Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os eu estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns
I Coríntios 9:19-22

         Nas palavras do versículo 22 Paulo revela a abrangência de sua estratégia: “...para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.

         A rejeição e a perseguição nem sempre é reflexo de uma igreja santa e separada; na verdade, no modelo apostólico de avivamento em Atos, a igreja estava “...caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Muitas vezes, o motivo real da igreja moderna ser rejeitada e pisada pelos homens, é que ela é um “sal imprestável” que perdeu o sabor e não tempera. “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13).
         A Igreja é comparada por Jesus a uma poderosa cidade, geograficamente edificada sobre um monte; também é comparada a uma luminosa lâmpada acesa, colocada em evidência num velador de uma casa escura, assim, Jesus exorta a que não nos escondamos ou nos alienemos deste mundo como, pois a luz só é luz brilhante em contato com as trevas (Mateus 5:14-15). Em sua oração sacerdotal Jesus rogou ao Pai, a que não nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal (João 17:15-18).
         Um cristão apostólico, e especialmente um genuíno evangelista, não pode resplandecer a sua luz no contexto interno da Igreja, ao contrário, como disse o Senhor: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:16).

         Acredito que a atitude evangelística mais arrojada e confrontadora de Jesus foi sua entrada na residência do chefe dos corruptos cobradores de impostos da época, Levi. Somente para que entendamos o caráter radical da rejeição desses chamados publicanos por parte dos judeus, eles eram também judeus, porém, trabalhavam colhendo de seus patrícios, impostos abusivos para o governo romano, além disso, eram homens profanos e destituídos dos valores morais oriundos da Lei de Moisés. Assim, houve a exigência de uma irrevogável separação de todo judeu ortodoxo desses pecadores inveterados. A narrativa bíblica não somente nos diz que o Mestre não somente viu Levi na coletoria e o chamou, mas também, entrou em sua casa. Isto era inadmissível, uma atitude das mais profanas e contaminadoras que um judeu poderia tomar, especialmente em se tratando de um rabino tão aclamado na época como Jesus. Certamente, até mesmo seus discípulos o censuraram secretamente. E respondendo a indagação legalista dos escribas da lei e dos fariseus, Jesus declara: “...Os são não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.” (Marcos 2:17).
         Precisamos parar de oferecer “quimioterapia para os resfriados da igreja”; a verdadeira praga está assolando o mundo à nossa volta, e ela se chama PECADO. Vamos às casas e mesas dos doentes pecadores e levemos o único remédio que os pode curar de fato, a Vida Eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6:23).
         Voltemos a citar Paulo de Tarso, pois nenhum outro ministro compreendeu essa natureza abrangente da influência do evangelho quanto ele. Considerando a mentalidade de Jesus Cristo (I Coríntios 2:16), Paulo escreve: “E, se algum dos infiéis vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque do Senhor é a terra e toda a sua plenitude.” (I Coríntios 10:27-28).
         Este deveria ser o apelido de cada evangelista e de cada crente cheio do Espírito Santo e com a mente de Cristo: “AMIGO DE PECADORES”
         Deus em Cristo o abençoe.